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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Os riscos da absolvição dos mensaleiros

Mensaleiros

A esperança dos bons brasileiros de que aconteça um julgamento imparcial e deveras justo dos mensaleiros será frustrada e não adianta torcer, rezar ou apelar para os deuses do Olimpo STF, como fazem a CUT e os vermelhinhos em defesa dos réus.

Lewandowski já pediu, em seu relatório, a diminuição de eventuais penas caso haja - e eu acho improvável – a zebra de uma condenação de Dirceu e sua gangue. Toffoli, comprometido até os gorgomilos com a matilha da estrela vermelha não será impedido de julgar e, imagino com minha mente doentia, pode ser o pivô de alguma manobra para se protelar o início do julgamento.

Espera-se que os trabalhos prolonguem-se por mais de um mês, o que significa a aposentadoria de dois ministros nesse intervalo, Celso de Melo e Peluso. Isto pode redundar na interrupção dos trabalhos até que sejam nomeados seus substitutos pela presidente, algo que não depende de prazo legal, mas dos interesses pessoais, partidários, comerciais, ideológicos e sabe-se lá quantos outros.

Com 40 réus arrolados, centenas de testemunhas e milhares de páginas, é óbvio que o tempo necessário para se passar todo o processo, para a felicidade dos advogados de defesa, será enorme. Fora os quilométricos votos justificados dos juízes, que um dia aprenderão que se reduzirem as justificativas dos seus votos estarão fazendo um grande serviço a favor da celeridade do Judiciário.

Com todos esses percalços e mais os possíveis que não consigo sequer imaginar, há ainda o risco enorme – ou quase certeza – da absolvição dos processados. Risco não pela absolvição em si, que é uma questão jurídica, mas pelo que ela poderá provocar.

Não fica a dúvida na cabeça de qualquer cidadão em pleno exercício de sua sanidade mental que existem juízes irremovíveis em sua intenção de liberar a camarilha e isto são favas contadas. Estes até devem ter vontade de acelerar o julgamento num ano eleitoral e é aí que descansa alerta o perigo.

Absolvidos, os bandidos baterão no peito e se arvorarão como injustiçados, vítimas do PIG e da imprensa capitalista comprada pelos oposicionistas. Tornar-se-ão cabos eleitorais santificados e fortificados, raivosos e revanchistas avalizados para alavancarem seus candidatos ou suas próprias candidaturas, como Delúbio, candidato a deputado federal por Goiás, o principal assessor do chefe da quadrilha, José Dirceu.

O próprio Dirceu, se absolvido, poderá recorrer à Justiça para anular sua cassação, alegando que esta se deu por conta de crimes que o STF dirá não existirem.

Este sujeito, mesmo cassado e processado, com seus direitos políticos suspensos, em qualquer momento deixou de fazer política partidária, tráfico de influência, lobby, intromissão dos Poderes da República, mormente no Executivo, ao ponto de indicar e fritar ministros. De fato, o único direito político cassado foi o de candidatar-se a cargo eletivo, todos os demais têm sido exercidos à exaustão e impunemente.

Livre das imputações, será o King Kong liberto para açambarcar o país com suas garras de rapina, liberado para repetir e continuar às claras todas as falcatruas que vem praticando na surdina dos jornais e no escurinho dos gabinetes.

 

©Marcos Pontes