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sábado, 31 de maio de 2014

País sem pátria

Patria-amada-salve-salve...

 

Um grande problema do Brasil é que temos um país, mas não temos uma pátria.

Sou o único da minha geração, entre os que conheço, que não via qualquer problema em aprender na escola Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil, tavel por sempre achar que qualquer conhecimento nunca é demais. Hoje me envergonho pelos meus amigos não saberem a capital do Maranhão ou em que região se encontra o Mato grosso, ou o nome do vice-presidente.

Temos um país enorme, mas não temos pátria e não temos pátria porque não nos é ensinado civismo. Civismo deu lugar à tal cidadania que passou a ser apenas a repetição do discurso comum que sempre beneficia os mencheviques em favor de um governo ou outro.

Quando o cidadão confunde país com pátria, civismo com cidadania vermelha, Estado com governo, governo com partido, mais distantes ficamos de uma verdadeira pátria.

Aldir Blanc matou a charada, "o Brasil não conhece o Brasil", e o Brasil pouco se dá com os problemas do Brasil quando esses problemas estão, pelo menos aparentemente, do lado de fora de sua casa. Pobre Brasil que não percebe que os problemas do lado de fora estão batendo à sua porta pedindo para entrarem.

A grande indústria financia as campanhas e patrocina os governos, todas na esperança que seu patrocinados aliviem para seu lado mais tarde, quando a bomba apertar e os cintos tiverem que ser apertados. A petroquímica pensa "tomara que estoure na automobilística que espera que estoure na alimentícia que torce para que estoure na farmacêutica que tem esperança que estoure na aeronáutica... Nenhuma delas torce para que jamais estoure. Nenhuma pensa em país ou, muito menos em pátria, este substantivo em desuso.

Na ponta fraca da corda, o sujeito quer pão e circo, futebol, carnaval e pão francês, mesmo com mais bromato do que trigo e faz de conta que o campo minado é problemas dos outros. Informar-se dá trabalho, é difícil, às vezes indecifrável. Cada um na sua pátria cercada por muros altos e sem preocupar-se se o vizinho tem os mesmos problemas que os seus.

©Marcos Pontes

Um comentário:

  1. Não se sinta o único da sua geração que curtia aprender EMC (Educação Moral e Cívica), eu também curtia. Aliás vivo dizendo isso: "Esse país já foi uma nação"

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